GEORG GROSZ (Pintor) (1893-1959) Em sua obra, este artista oriundo de Berlim empreendeu uma crítica ácida aos valores da sociedade, através de uma pintura isenta de sentimentalismos e beirando o grotesco e o cômico. Os passos iniciais de Grosz estão registrados nos manifestos dadaístas alemães. Em suas primeiras obras dadaístas, o pintor estabelece concretamente sua posição diante da obra de arte e do artista. Considera que a divinização de tanto de um quanto do outro é uma verdadeira afronta ao gênero humano. A miséria, a fome e outros sofrimentos provocados pela guerra levaram-no a refletir sobre a verdadeira função da arte. Depois de uma viagem à Rússia, Grosz começou a pintar óleos de conteúdo satírico e ambíguo. Seu talento criativo e sua técnica permitiram-lhe expressar com exatidão tudo o que ele concebia como aberração da humanidade. Surgiram assim seus famosos retratos disformes e grandes cenas de personagens mecânicos e autistas. No entanto, Grosz não via o dadaísmo senão como um veículo para expressar seu pensamento político, por isso sentiu-se mais identificado com um grupo de pintores de motivações expressionistas, que se autodenominou Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade) e que tentava dar vazão a sua visão crítica e exasperada da sociedade. Seus quadros, conseqüentemente, aspiraram a uma representação ainda mais psicológica que as anteriores e tornaram manifesta sua aversão ao militarismo e à guerra. Em 1932 Grosz emigrou para os Estados Unidos, já consagrado, tendo sido convidado a dar aulas na Art Student League de Nova York.